Lição 12: VIVENDO NO
ESPÍRITO | 1° Trimestre de 2023 | EBD – ADULTOS
Texto Áureo: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” (Gl 5.22)
Leitura Bíblica em
Classe: Gálatas 5.19-25
Introdução: A epístola aos Gálatas, foi escrita para os cristãos da igreja
estabelecida naquela cidade, no sentido de corrigir distorções doutrinárias,
quanto a influência do judaísmo. O tema central que motivou a epístola aos
Gálatas, a ser escrita, entre outros motivos, foi a questão de recuperar a
liberdade em relação ao judaísmo, pois a vinculação com Deus, não poderia estar
sendo regulada pelas obras da lei praticada pelo judaísmo. Os judaizantes
estavam empenhados em dissuadir os gálatas a incorporar os rituais da lei no
cristianismo. Essa influência desses legalistas estava trazendo confusões e
perturbações na vida dos irmãos daquela igreja e, o apóstolo Paulo tomando
conhecimento disso, escreve a igreja com exortações e instruções para que eles
não se deixassem levar por ensinamentos que iam contra os preceitos do
evangelho de Cristo. A ênfase dos judeus legalistas estava focada na prática da
circuncisão também pelos cristãos de gálatas, o que foi veementemente combatido
pelo apóstolo. Esse debate acerca da circuncisão estava provocando divisões
entre os irmãos. Além desses influenciadores legalistas, os cristãos da igreja
em Gálatas, estavam sendo persuadidos pelos Gnósticos, que seguiam a filosofia
de que o corpo material é essencialmente perverso e que o espírito seja bom.
Dentre muitas linhas de pensamento dos gnósticos, a que tinha mais gravidade,
era levar esses cristãos a ideia de que poderiam fazer qualquer obra perversa
com a carne, pois o que tinham que preservar era o espírito. Esta é uma das
razões que o apóstolo Paulo, faz essa exortação relacionando as obras da carne,
e os perigos e as consequências terríveis quanto a quem as praticar.
1. QUEM VIVE NO ESPÍRITO
NÃO COMPACTUA COM AS OBRAS PERVERSAS DA CARNE.
Gálatas 5.19 - Porque as
obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia,
Gálatas 5.20 - idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras,
pelejas, dissensões, heresias, Gálatas 5.21 - invejas, homicídios, bebedices,
glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, coma já
antes vos disse,que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.
Fomos chamados para a
liberdade, como diz a palavra; se Cristo vos libertar, verdadeiramente sereis
livres. Essa liberdade não permite criar uma oportunidade para dar oportunidade
para a carne. Problemas com a carne surgem quando o crente escolhe viver como
se não fosse fraco, se achando forte e autossuficiente, se esquecendo que não
se pode viver sem Deus. Temos que ter uma dependência contínua com o Senhor
vivendo na liberdade que Ele nos proporciona, a qual nós experimentamos o
prazer de sermos livres. Paulo enumera uma lista de vícios praticados pelos
pagãos, os quais os cristãos de gálatas deveriam ficar longe deles, pois se tratam
de pecados dolosos (intencionais), ou seja, contra Deus e contra o corpo de
Cristo, que é a igreja. Estão listados: 1- pecados sensuais: prostituição,
ou seja, sexo fora do casamento, como também fornicação, que é o pecado sexual
anterior ao casamento. Impureza, voltado à imoralidade nos vícios
sexuais, que a nossa lei não permite que falemos, sendo que esses abusos das
funções sexuais corrompem quem os pratica, tornando-o imundo. Lascívia,
significa sensualidade exposta para ser vista com intenção provocativa ou por
ingenuidade e isso deve ser ensinado, para que não prejudique a ordem no culto.
2 - Pecados de superstição e religião falsa: Idolatria - Colocar
qualquer coisa entre o homem e Deus, seja tudo que envolve uma diversidade de
coisas tanto de ordem física, material ou espiritual. Feitiçarias - Pela
lei de Moisés quem fosse pego praticando essas coisas era condenado à morte,
por participarem disso. Usar qualquer tipo de objetos nas igrejas, como tem
sido visto em muitos lugares principalmente pelos adeptos do
neopentecostalismo, tem similaridade com práticas de feitiçarias. Inimizades
- Ao invés de exalar o amor de Deus vindos do seu coração, aquele que deveria
buscar o bem-estar do seu próximo, acaba buscando prejudicá-lo, desejando a sua
destruição. 3 - Pecados de mal temperamentos: Porfias - esse é perfil do
crente encrenqueiro, dotado de uma mentalidade hostil, é criador de problemas
entre as pessoas deixando o seu temperamento destrutivo agir de uma forma
causadora de dissensões e facções no meio da igreja. Ciúmes - Tem o
ciúme no sentido positivo, pois até o Senhor tem ciúme de nós, mas no sentido
negativo ele é maléfico, pois deseja o mal ao próximo e não o seu bem. A pessoa
que desenvolve esse tipo de ciúme maléfico, não gosta de ver pessoas sendo
prósperas, tanto materialmente, fisicamente ou espiritualmente. Iras -
podemos nos irar, mas a palavra diz para que a nossa ira não se estenda após o
pôr do sol, ou seja, que ela se encerre logo, pois uma pessoa irada pode se
lançar contra alguém, como também se prejudica a si próprio. Discórdia -
espírito de facção fazendo oposição a tudo, provocando contendas e divisões. Facções
- Em Coríntios alguns preferiam Paulo, outros, Apolo e outros a Pedro, isso é
partidarismo que não pode estar presente no meio cristão. 4 - Pecados
em várias modalidades: Desejos invejosos - aquele que não pode ser,
mas tem inveja de quem é, ou ter, mas tem inveja de quem tem, seja na parte
material ou espiritual. Bebedices - ingestão de bebida alcoólica que é
algo viciante e pode levar alguém a uma dependência que não somente afetará a
si próprio, como a outrem, principalmente a família. Glutonaria - comer
em excesso é qualificado como glutonaria, que é descontrole ou vício pela
comida. Pessoas que comem descontroladamente na realidade estão cometendo
pecado viciante de um prazer desmedido e muitas vezes sendo egoístas, não
lembrando de outros que querem se alimentar. Uma alma convertida não pode ser
praticante desses vícios, pois o seu processo de transformação não segue adiante
e, o mais grave, não herdarão o reino de Deus, os que tais coisas praticam,
pois com uma conduta dessa não está qualificado para fazer parte da família
divina. Todas essas obras da carne listadas pelo apóstolo Paulo, se praticadas
por algum cristão, mesmo que seja só uma delas, já caracteriza a ausência do
Espírito Santo na vida dessa pessoa, pois Ele não compactua com o pecado. Não
basta nascer do Espírito, isso é essencial, porém é necessário se conduzir numa
vida moral segundo o Espírito, que é nossa fonte da nova vida. Todos que são
guiados pelo Espírito, estes são filhos de Deus.
2. QUEM VIVE NO ESPÍRITO
DESENVOLVE O FRUTO QUE FORMA SEU CARÁTER.
Gálatas 5.22 - Mas o
fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança. Gálatas 5.23 - Contra estas coisas não há lei.
O fruto do Espírito,
são características morais que no nosso processo de aperfeiçoamento operado
pelo Espírito Santo, que deve ir progredindo de uma forma salutar para o
crescimento e o desenvolvimento da nossa espiritualidade. A palavra fruto está
no singular, apesar da pluralidade de virtudes. Não podemos confundir com
frutos no plural, pois frutos são obras consistentes que fazemos em prol do
reino de Deus. É o Espírito que cultiva esse fruto na vida dos cristãos. Paulo
listou nove virtudes que correspondem ao fruto, sendo que o apóstolo começa
citando Primeiro fruto o “amor”,
pois sem ele não existem o demais fruto. Essas nove virtudes devem estar
presentes em nossa vida, refletindo em toda igreja corpo de uma forma
progressiva. Sem o amor ágape incutido na vida do cristão, revela que a sua
vida na realidade é uma mentira, pois aquele que diz que ama a Deus, mas não
ama o seu irmão é um mentiroso. A palavra diz para amarmos ao nosso próximo, como
a nós mesmos. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver
amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Segundo fruto é Alegria -
alegria na fé, que caracteriza uma vida cheia do Espírito, porque Ele é a fonte
divina dessa realidade, sempre com a certeza que aquele que a de vir virá, e
não tardará. A alegria não depende de circunstâncias pessoais favoráveis ou de
alcançar sucesso, pois podemos estar alegres mesmo diante de oposições e
sofrimentos, pois ela é perene, através do nosso relacionamento com Deus. Terceiro fruto é a paz - não se
trata de ausência de conflitos com coisas negativas ou positivas. Essa paz veio
a nós quando o Senhor, o príncipe da paz, passou a fazer morada em nossa vida
na pessoa do Espírito Santo. Jesus disse: deixo-vos a minha paz não como a do
mundo. Quarto fruto é longanimidade -
o atraso em irar-se. Tem a ver com o nosso relacionamento com os outros, que
mesmo diante de afrontas, sabem manter o equilíbrio, para não se igualar com o
afrontante. Quinto fruto é a benignidade - qualidade de ser útil, benéfico, bondoso e generoso. A amabilidade expressa a
relação com o próximo, ao ser prestativo quando a raiva poderia ser uma
resposta natural esperada pelo que provoca. Sexto fruto é a bondade
- qualidade que é caracterizada é vista com bons olhos, quando se demonstra
interesse no bem-estar dos outros. É o oposto de ambições egoístas, que são
repreensíveis aos olhos de Deus. A bondade deve contribuir não somente para o bem-estar
dos outros, mas também para a salvação de almas perdidas. Sétimo fruto é a fé e fidelidade - Algo que é essencial nesse fruto
envolve uma vida de obediência e lealdade com Deus e com os outros. Oitavo fruto é a Mansidão - Sabe
se controlar diante de provocações, sabe dosar a raiva para não cometer
excessos, alcançando a incapacidade de ficar com raiva. É uma pessoa que está
sempre no controle de suas emoções. Jesus disse para aprender com Ele, que é
manso e humilde de coração. Nono fruto é
o domínio próprio - sabe refrear todo tipo de desejo, como disse
Paulo: posso todas as coisas, mas nem tudo me convém. É dotado de autocontrole
e disciplina no sentido positivo. Quem manifesta esses traços são os
cristãos virtuosos, pois sabem se conduzir dentro dos preceitos divinos, para
não pecar contra Deus. Podemos concluir que o fruto do Espírito é uma obra de
Deus em nossa vida, extremamente necessária.
3. QUEM VIVE NO ESPÍRITO
ESTÁ CAPACITADO A VENCER A CARNE E SUAS PAIXÕES.
Gálatas 5.24 - E os que
são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
Gálatas 5.25 - Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.
A ordem é crucificar a
carne para andar no Espírito. Os que são de Cristo, são os verdadeiros
cristãos pelo fato de terem crucificado a carne, com suas paixões e desejos.
Também são identificados com Cristo de uma maneira que atinge uma completude,
ao ponto de verdadeiramente ter morrido para a antiga vida. O que significa
crucificar a carne, não no sentido literal, mas sim no espiritual, significa
recusar-se a satisfazer os desejos da carne, e isso só pode acontecer se
vivermos no Espírito. Existe em nosso dia a dia, um conflito entre a carne e o
espírito, tendo a alma como um pêndulo entre ambos. Sendo assim a alma deve
estar sempre inclinada para o espírito, com crente sempre mantendo a sua
comunhão com o Senhor, lembrando sempre que fomos libertados da antiga
escravidão do pecado. Através da presença do Espírito em nós, conseguimos
perseverar sempre avivados em obediência ao Senhor. A santificação é exigida em
nossa conduta, pois Deus santifica apenas aqueles que permitem que Ele os
santifique. Conscientizados de que fomos vivificados pelo Espírito, temos que
necessariamente dar às costas para o nosso antigo modo de vida de maneira que a
carne seja a todo o tempo derrotada pelo espírito. Isso é rejeitar o governo da
carne diariamente mantendo a nossa submissão à soberania do Espírito Santo.
Paulo disse: já estou crucificado com Cristo e não vivo mais eu, mas Cristo
vive em mim. O inimigo tenta nos tornar a sermos escravos da carne, mas se
andarmos no Espírito, ele nunca terá êxito. Quando fala em desejos da
carne, refere-se ao que é pecaminoso, ou seja, proibidos, pois tem os desejos
da carne que não são pecaminosos e praticamos no dia a dia dentro de uma
diversidade salutares, sem qualquer vestígio de pecado. Se vivermos no Espírito
estamos sendo vivificados e conscientemente levando uma vida dentro de um
padrão de moralidade, por meio do Espírito Santo.
Elaborado pelo Pastor Adilson Guilhermel
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