LIÇÃO 06 - O FILHO É IGUAL AO PAI

 

LIÇÃO 06 - O FILHO É IGUAL AO PAI

Texto Áureo: Hebreus 1.8 Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.

Leitura Bíblica: João 10.30-38

 

Introdução: O livro de Hebreus foi escrito para cristãos judeus que estavam enfrentando perseguições e tentações de abandonar a fé em Cristo e retornar ao judaísmo. O autor de Hebreus busca mostrar a superioridade de Jesus Cristo sobre os anjos, os profetas e a lei mosaica, incentivando-os a perseverar na fé.

Apresento aqui alguns pontos cruciais sobre a natureza do Reino do Messias e a divindade de Jesus Cristo. O Reino do Messias é um reino de autêntica retidão e poder santo. Isso estabelece a base para o entendimento do caráter do Messias e do seu reino. Seu poder santo são atributos divinos que demonstram a natureza divina do Senhor e a santidade do Seu Reino. Isso significa que o Reino do Messias não é um reino político, como os judeus imaginavam, mas sim um reino moral e espiritual, onde a justiça e a santidade prevalecem. Tanto a perpetuidade como o domínio do Filho, sobre o seu trono celeste, significa que o seu reino não terá fim, pois será eterno. Seu trono celeste indica que o seu reino não é terreno, mas celestial e transcendente. Cristo “é superior aos anjos, é ele que se assenta no seu trono e usa aos anjos como seus servos” destaca a posição exaltada do Messias em relação aos anjos. Os anjos, embora sejam seres espirituais poderosos, são servos de Deus e, portanto, também do Messias. Significa que o propósito dos anjos é servir e o propósito de Cristo é reinar. Quando Jesus estiver reinando sobre o povo do milênio, o seu trono celeste estará estabelecido na nova Jerusalém, a qual ficará em uma órbita fixa no espaço se sobrepondo de uma forma magnífica sobre a Jerusalém terrena. O texto de Hebreus 1.8 fala da verdadeira divindade do Filho sendo reconhecida pelo Pai. Assim como pais e filhos compartilham da mesma natureza humana, Pai e Filhos divinos compartilham da mesma natureza divina. O Filho, em sua glória e divindade, governará para sempre; e o seu governo é caracterizado pela retidão absoluta, pois Ele é absolutamente justo. O reino de Cristo será um reino de paz, justiça e retidão para todos os salvos nele.

1. A UNIDADE QUE COMPÕE A TRINDADE REVELA A NATUREZA UNA E TRINA DE DEUS.

João 10.30 Eu e o Pai somos um. João 10.31 Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar. João 10.32 Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais? João 10.33 Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.

"O Senhor afirmou sua unidade com Deus nos termos mais fortes conhecidos dos judeus; e eles compreenderam suas afirmações, ameaçando-o com a penalidade de blasfêmia" Para entender a reação dos judeus, é crucial compreender o contexto histórico e religioso do judaísmo no tempo de Jesus. Os judeus eram estritamente monoteístas, ou seja, acreditavam em um único Deus. Qualquer afirmação que sugerisse a existência de outro deus ou que diminuísse a unicidade de Deus era considerada blasfêmia, um pecado grave punível com a morte. Jesus, em seus ensinamentos e ações, fez diversas afirmações que, aos olhos dos judeus, poderiam ser interpretadas como blasfêmia. Ele se referia a Deus como "Pai" (em aramaico, "Abba"), um termo que expressava intimidade e filiação. Além disso, Jesus afirmava ter autoridade para perdoar pecados, algo que, na crença judaica, só Deus podia fazer. Em várias passagens do Evangelho de João, Jesus declara sua unidade com Deus de forma explícita. Por exemplo, em João 10:30, ele diz: "Eu e o Pai somos um". Essa afirmação, juntamente com outras, como "Quem me vê, vê o Pai" (João 14:9), foram consideradas pelos judeus como uma reivindicação de divindade, o que eles consideravam uma blasfêmia. A reação dos judeus às afirmações de Jesus foi de forte indignação e rejeição. Eles viam em suas palavras uma ameaça ao monoteísmo judaico e uma blasfêmia contra Deus. Por isso, muitas vezes tentaram prendê-lo e até mesmo matá-lo, como relata o Evangelho de João (veja João 8:59 e 10:31, por exemplo). Nós como cristãos  acreditamos que Jesus é o Filho de Deus, parte da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Essa unidade não significa que Jesus e Deus sejam a mesma pessoa, mas sim que eles compartilham a mesma natureza divina e estão unidos em propósito e amor.

2. SOMENTE JESUS ATUAVA COMO REPRESENTANTE LEGAL DE DEUS NA TERRA.

João 10.34 Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? João 10.35 Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser anulada, João 10.36 aquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?

A frase "O Senhor demonstrou que se juízes injustos eram descritos por essa frase por exercerem a prerrogativa divina de julgamento" refere-se à prática, comum no Antigo Testamento, de usar a mesma palavra hebraica ("elohim") para se referir tanto a Deus quanto a juízes humanos. Isso não significa que os juízes, ao exercerem a justiça, atuavam como representantes de Deus na Terra. No entanto, Jesus argumenta que, se até mesmo juízes injustos podiam ser assim chamados, ele, que era justo e enviado por Deus, tinha ainda mais direito de usar essa prerrogativa. Jesus como enviado de Deus foi sancionado pelo seu testemunho em suas obras. Isso se refere aos milagres e ensinamentos de Jesus, que eram vistos como evidências do seu poder divino e da sua conexão especial com Deus. As obras de Jesus, como curar enfermos, ressuscitar mortos e pregar o amor e o perdão, eram sinais claros de que ele era um enviado de Deus. A afirmação de que Jesus "falava de si mesmo como igual ao Pai" era considerada blasfêmia pelos judeus, pois acreditavam em um único Deus e não aceitavam a ideia de que Jesus pudesse ser igual a ele. No entanto, Jesus, em diversas passagens do Evangelho de João, declara sua unidade com o Pai (João 10:30, por exemplo) e usa o termo "Pai" para se referir a Deus de uma forma íntima e pessoal. Os judeus nutriam um ódio vingativo e não toleravam nenhuma parlamentação, revelando assim a forte oposição que Jesus enfrentava por parte dos seus oponentes. Eles não estavam dispostos a dialogar ou considerar as evidências que Jesus apresentava. Diante dessa situação, Jesus, "como sua hora ainda não havia chegado", decide se retirar para o outro lado do Jordão. Essa atitude de Jesus mostra que ele estava no controle da situação e que sabia o momento certo para se revelar e enfrentar seus oponentes. Jesus sabia que havia um tempo certo para tudo e que ele precisava esperar o momento oportuno para cumprir sua missão.

3. TUDO QUE JESUS FAZIA ERAM EVIDÊNCIAS DO SEU RELACIONAMENTO COM DEUS.

João 10.37 Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. João 10.38 Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim e eu nele.

No diálogo de Jesus com os seus oponentes, Ele fala para que observassem as suas obras, que envolvia os seus milagres e ensinamentos, os quais são evidências do seu relacionamento com o Deus Pai. Ele revela que se não estivesse em plena conexão com o seu Pai, seria incapaz de realizar tais obras, as quais requeriam um poder sobrenatural. Jesus enfatiza que as suas obras são um testemunho inquestionável da sua divindade. A intenção do Senhor em relação aos seus oponentes, era que mesmo não acreditando nele diretamente, eles deveriam reconhecer o poder divino que era manifesto nas suas operações milagrosas, o que seria um meio que de alguma forma eles fossem capazes de entender a unidade entre Ele e o Pai. Os milagres que Jesus realizava não era uma regra, mas sim uma exceção, pois a regra era a palavra que Ele ensinava. No sentido de regra, é inegável que os ensinos de Jesus ocupe um lugar central nos evangelhos, onde os seus sermões, parábolas e discursos revelam a essência da sua mensagem, o qual é o amor ao próximo, o perdão, a justiça, a fé e a esperança no Reino de Deus. Sendo um mestre por excelência, as suas palavras transformavam vidas e desafiavam as normas da época. No sentido de exceção, os milagres de Jesus, por sua vez, são eventos extraordinários que despertam a curiosidade e a admiração, o que era importante para atrair o povo para ouvi-lo. O povo em si estavam mais em busca de milagres, como é em nossos dias. Jesus operava curas, ressurreições, multiplicação de pães e outros feitos sobrenaturais através do poder divino operados pelo Espírito Santo. Todos devem entender que os milagres não eram o foco principal de sua missão, pois serviam como sinais, como confirmações para darem crédito a sua pregação, pois o que o Senhor objetivava era a transformação de vidas através dos seus ensinamentos. A Palavra de Deus é a base da fé cristã, os ensinamentos do Senhor continuam a ecoar através dos séculos, inspirando e desafiando pessoas de todas as culturas e épocas. Os milagres de Jesus são impressionantes e despertam a nossa atenção, porém não podemos perder de vista a centralidade dos seus ensinos, portanto os milagres são importantes, mas a palavra de Deus é a regra, o fundamento da nossa fé.

 

Pastor Adilson Guilhermel 

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Pastor Adilson Guilhermel

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