LIÇÃO 04 - JESUS - 0 PÃO DA VIDA

LIÇÃO 04 - JESUS - O PÃO DA VIDA

Texto Áureo: “Eu sou o pão da vida.” (Jo 6.48)

Leitura Bíblica em Classe:  João 6.1-14

Introdução: Façamos uma reflexão sobre a dinâmica entre a provação, a nossa resposta limitada e a intervenção divina. É reconfortante saber que, mesmo diante de desafios que nos parecem intransponíveis, Cristo já tem a solução em mente.

Nossa tendência natural é focar em nossas próprias limitações e na escassez de recursos. Assim como os discípulos questionaram como alimentar uma multidão com apenas cinco pães e dois peixes, muitas vezes nos sentimos inadequados diante das tarefas que nos são apresentadas. Confessamos nossa ineficiência, expondo o pouco que podemos oferecer.

No entanto, a beleza da história reside na intervenção de Jesus. Ele nos convida a trazer a Ele o pouco que temos, por mais insignificante que nos pareça. É nesse ato de entrega e confiança que o milagre acontece. Ele pega o nosso "muito pouco" e o transforma em abundância, saciando a fome de muitos e ainda deixando uma provisão generosa.

A imagem dos convivas assentados confortavelmente na grama, com tempo de sobra para desfrutar da refeição, transmite uma sensação de paz e fartura que só a provisão divina pode trazer. Não há pressa nem escassez, apenas a alegria de compartilhar da abundância de Deus.

É preciso trazer o que temos, participar do plano de Deus, organizar e servir, e até mesmo cuidar do que sobra. A alimentação do mundo, tanto no sentido físico quanto espiritual, é uma obra conjunta de Cristo e Sua Igreja. Somos os instrumentos através dos quais o "Pão da Vida" é distribuído, e é na nossa união com Ele que a verdadeira multiplicação acontece.

 

1. O PÃO DA VIDA CENTRADA NA FIGURA DO CORDEIRO PASCAL.

João 6.1 - Depois disso, partiu Jesus para o outro lado do mar da Galiléia, que é o de Tiberíades. João 6.2 - E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operavam sobre os enfermos. João 6.3-E Jesus subiu ao monte e assentou-se ali com os seus discípulos. João 6.4 - E a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima.

Jesus se move, e com Ele, o cenário muda. Aqui vemos que a caminhada com Cristo é dinâmica. Ele nos conduz para "outro lado", para novas experiências e revelações. Muitas vezes, o milagre acontece quando aceitamos atravessar com Ele para lugares desconhecidos. A partida de Jesus para o outro lado do Mar da Galileia, também conhecido como Mar de Tiberíades. As multidões o seguiam por causa dos sinais — ainda não pelo que Ele era, mas pelo que Ele fazia. Isso revela o coração humano, muitas vezes movido pelas necessidades imediatas. Mas Jesus não despreza isso. Ele acolhe; cura... E ensina. Ele começa com o pão físico, mas quer levá-los ao “pão da vida”.

A menção específica da proximidade da Páscoa é crucial. Como já observamos, essa festa judaica carregava um significado profundo de libertação e redenção, centrada na figura do cordeiro pascal. Aquele contexto pascal iminente certamente intensificou a expectativa messiânica e deu um pano de fundo rico para os ensinamentos de Jesus sobre Si mesmo como o verdadeiro "Cordeiro de Deus" e o "Pão da Vida". Jesus sobe e se assenta — uma posição de ensino. Aqui está o Mestre, preparando o coração dos discípulos antes de um grande milagre. Isso mostra que o discipulado precede a missão. Ele chama os seus para perto, antes de enviá-los para alimentar a multidão.

É um padrão que vemos em outros momentos do ministério de Jesus: Ele freqüentemente separava os discípulos para instruí-los em particular sobre o significado mais profundo de Seus atos e palavras. A Páscoa era a celebração da libertação do Egito — e aqui está o verdadeiro Cordeiro, prestes a alimentar espiritualmente e fisicamente o povo. O pano de fundo da Páscoa aponta para o sacrifício que virá, e para o alimento eterno que só Ele pode dar. Assim como o cordeiro pascal foi essencial para a libertação de Israel, Jesus é o único meio de libertação para todos os que creem Nele. A celebração da Ceia, instituída por Jesus durante a Última Páscoa, perpetua essa conexão, lembrando-nos constantemente do Seu sacrifício e da nova aliança estabelecida através do Seu sangue. É uma celebração da nossa libertação definitiva..

2. O PÃO DA VIDA E O ELEMENTO HUMANO NO PLANO DA SALVAÇÃO.

João 6.5 - Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem? João 6.6 - Mas dizia isso para experimentá-lo; porque ele bem sabia o que havia de fazer. João 6.7 - Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhe bastaram, para que cada um deles tome um pouco. João 6.8 - E um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: João 6.9 - Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas que é isso para tantos? João 6.10 - E disse Jesus: Mandai assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil.

A pergunta de Jesus — "Onde compraremos pães para lhes dar de comer?" (João 6:5) — realmente soa curiosa, especialmente vindo d’Aquele que tem todo poder. Mas destacamos de forma tão sensível, que há algo mais profundo ali do que uma simples questão logística. Jesus sabia exatamente o que faria, mas Ele inclui os discípulos no processo, convidando-os a enxergar com olhos de fé e a participarem do milagre. Ele poderia ter feito o pão aparecer nas mãos do povo, mas escolheu trabalhar com aquilo que estava disponíveis — cinco pães e dois peixinhos — e com quem estava disponível — um menino e os discípulos.

Temos aqui uma lição da “instrumentalidade humana” que é poderosa: Deus, em Sua graça, escolhe usar nossas mãos, por menores que sejam para realizar grandes coisas. Não porque Ele precise de nós, mas porque quer nos ensinar a compaixão, a generosidade e a fé. Ele nos convida a fazer parte da bênção, não só como receptores, mas como canais dela. A multiplicação dos pães e peixes traz uma perspectiva muito rica e profunda do plano de salvação. Aqui se destaca algo essencial: enquanto os milagres anteriores, pela Palavra transformando água em vinho, pela fé com o filho do nobre de Cafarnaum e o da Graça no tanque de Betesda, os quais apontam para a ação direta de Deus — Sua Palavra, fé, e graça; esse milagre específico multiplicação nos convida a perceber nosso papel como instrumentos nas mãos dEle. Na narrativa da multiplicação dos cinco mil, Jesus poderia ter feito o milagre do nada, mas escolheu usar o que havia — cinco pães e dois peixinhos oferecidos por um menino. Ele envolve os discípulos na distribuição. Isso ilustra que Deus deseja operar através de pessoas comuns, com recursos simples, para realizar algo extraordinário. Há aí um "lado misterioso", que é a graça é soberana, mas ela se manifesta também através da cooperação humana. Essa cena aponta para uma verdade linda do Evangelho: somos chamados a participar, não como fontes da salvação, mas como canais. Deus não precisa da nossa ajuda, mas Ele deseja a nossa participação. Ele nos honra ao nos incluir em Seus planos, permitindo-nos experimentar a alegria de sermos canais de Sua provisão e amor para o mundo. Alimentar as multidões, tanto física quanto espiritualmente, é uma tarefa que Ele nos confia, para que possamos testemunhar Seu poder e compartilhar da bênção de servi-Lo.

3. O PÃO DA VIDA NOS CONVIDA A FAZER PARTE DA DISTRIBUIÇÃO DOS PÃES.

João 6.11 - E Jesus, tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, pelos que estavam assentados, e igualmente também os peixes, quanto eles queriam. João 6.12 - E quando estavam saciados, disse aos seus discípulos: Recolhi os pedaços que sobejaram, para que nada se perca. João 6.13 - Recolheram-nos, pois, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido. João 6.14 - Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo.

O Senhor primeiramente agradece, depois multiplica o pão, e então o põe de novo nas mãos dos discípulos para darem a multidão  e diz que foram plenamente satisfeitos e ainda foram deixados doze cestos grandes cheios para eles. Embora Deus possa salvar o mundo todo sem nossa ajuda, em Sua sabedoria Ele escolheu entregar o trabalho de alimentar a multidão à nós.

Jesus mesmo é o Pão da palavra. Ele nos convida a compartilhar com Ele em Se alimentar. André encontrou o rapaz, assim ele também teve a sua parte. O rapaz só tinha um pouquinho, mas estava desejoso de dar aquele pouco a Jesus. E então quão maravilhosamente foram recompensados - doze cestos cheios depois que cada pessoa ficou satisfeita.

A gratidão de Jesus antes da multiplicação é um detalhe significativo, revelando Sua dependência do Pai e nos ensinando a importância da ação de graças em todas as circunstâncias. Mesmo diante da necessidade, Seu primeiro movimento é reconhecer e agradecer a Deus pela provisão que ainda não se manifestou plenamente.

A multiplicação em Suas mãos e a subseqüente entrega aos discípulos para distribuírem à multidão ilustra perfeitamente a parceria divina e humana que mencionamos. O poder transformador reside em Jesus, mas a operacionalização, o ato de alcançar cada indivíduo com o alimento, é confiado aos Seus seguidores.

A satisfação plena da multidão e a abundância que sobra – doze cestos cheios – são testemunhos da generosidade transbordante de Deus. Não apenas a necessidade imediata é suprida, mas há uma fartura que demonstra Seu cuidado e poder ilimitado.

A participação de André em encontrar o rapaz e a disposição do jovem em oferecer o pouco que tinha são exemplos encorajadores de como cada um de nós pode ter um papel, mesmo que aparentemente pequeno, na obra de Deus. A oferta humilde do rapaz, entregue a Jesus, é magnificada e resulta em uma bênção extraordinária para todos.

Essa passagem nos inspira a oferecer o que temos, por mais limitado que pareça, a Jesus. Ele tem o poder de multiplicar nossos esforços e recursos para impactar vidas e saciar a fome do mundo, tanto física quanto espiritualmente. A recompensa, como os doze cestos cheios, muitas vezes excede em muito o que imaginamos.

O Senhor Jesus tem confiado a nós a tarefa de dar o evangelho, o Pão da Vida, ao mundo moribundo. Ele podia tê-lo ordenado de modo diferente, mas não o fez. Porém mais do que isso, o Senhor se limitou a este método da instrumentalidade humana ele podia tê-la entregado aos anjos, mas em lugar disso deu a comissão a nós, e escute: Se falharmos, o mundo nunca receberá o pão da vida. O mundo está perdido. Homens e mulheres estão mortos em ofensas e pecados, e o Senhor tem confiado a nós o Pão da Vida. Ai do crente que falhar nesse propósito elementar para o qual foi salvo.

Jesus faz uma pergunta estranha: “Onde compraremos pães para lhes dar a comer?” (João 6:5). Não era outro senão o Criador do céu e da terra quem perguntava. Aquele que criou todas as coisas com a palavra da Sua boca. O mesmo que alimentou Israel no deserto por quarenta anos, que fez chover pão do céu, que multiplicou o azeite e a farinha da viúva, que mandou corvos levarem carne a Elias. Por que, então, essa pergunta?

A resposta é simples, mas profunda: Ele quer nos envolver. Jesus escolhe usar a instrumentalidade humana. Ele quer que tenhamos parte na alegria de alimentar multidões. Ele não apenas realiza o milagre, mas nos convida a participar dele.

Antes de multiplicar o pão, Jesus faz algo essencial: Ele agradece. Depois, Ele multiplica. E então, devolve aos discípulos, para que distribuam. O ciclo é completo: Deus dá, nós entregamos, e todos são saciados. E ainda sobram doze cestos cheios.

Embora Deus possa salvar o mundo todo sem nossa ajuda, Ele escolheu compartilhar esse privilégio conosco. Ele é o Pão da Palavra, e nos convida a repartir dEle com outros. André viu o menino. O menino deu o pouco que tinha. Jesus transformou esse pouco em abundância. Assim, todos têm uma parte: quem leva, quem dá, quem serve, quem recebe.

Ninguém fica de fora quando Jesus está no centro. E ao final, cada um dos que serviram recebeu um cesto cheio. A recompensa não é apenas ver a multidão saciada, mas experimentar o transbordar da graça.

O Senhor Jesus tem confiado a nós a tarefa de dar o evangelho, o Pão da Vida, ao mundo moribundo. Ele podia tê-lo ordenado de modo diferente, mas não o fez. Porém, mais do que isso, o Senhor se limitou a este método da instrumentalidade humana. Ele podia tê-la entregado aos anjos, mas em lugar disso deu a comissão a nós. E escute: se falharmos, o mundo nunca receberá o Pão da Vida.

O mundo está perdido. Homens e mulheres estão mortos em ofensas e pecados, e o Senhor tem confiado a nós o Pão da Vida. Ai do crente que falhar nesse propósito elementar para o qual foi salvo. A missão é urgente, essencial, e gloriosa: levar Jesus ao faminto.

Como o menino da multiplicação, talvez achemos que temos pouco a oferecer. Mas nas mãos de Jesus, o pouco se torna muito. Ele não busca multidões de recursos, mas corações dispostos.

Pastor Adilson Guilhermel

Comentários são exclusivamente elaborados pelo texto bíblico da lição. Não uso os comentários da lição respeitando os direitos autorais da CPAD. 

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