LIÇÃO 02 - O NOVO NASCIMENTO
Texto Áureo: “Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” (Jo 3.3)
Leitura Bíblica em Classe: João 3.1-9,16
Introdução: A necessidade do novo nascimento:
“Se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” (v.3) Jesus fala com Nicodemos, um homem religioso, mas ainda não regenerado. Ninguém entra no Reino de Deus por herança, religião ou boas obras. O novo nascimento é imprescindível e não é opcional! Ter conhecimento religioso não significa ter vida espiritual. É preciso nascer do alto. O novo nascimento não pode ser produzido pela vontade humana. É o Espírito Santo que convence, transforma e gera vida nova. Como o vento, vemos os efeitos, mas não controlamos sua origem. O resultado do novo nascimento é receber um novo coração, nova mente novo desejo. Com o novo nascimento há mudança de natureza humana para a espiritual, pois nessa transformação se passa a amar a Deus e odiar o pecado. O nascido de novo vive em novidade de vida. O novo nascimento é a porta de entrada para o Reino de Deus. Não é religião, é regeneração. Não é esforço humano, é milagre do Espírito. Todo aquele que crê e se rende a Cristo é feito nova criatura.
1. O ENCONTRO DE JESUS E NICODEMOS E AS BASES PARA O NOVO NASCIMENTO.
João 3.1- E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. João 3.2- Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. João 3.3 – Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus. João 3.4 – Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?
Um diálogo crucial entre Jesus e Nicodemos, um fariseu e membro do Sinédrio, destacando a universalidade da necessidade de uma "nova vida vinda do alto".
1. A "Nova Vida Vinda do Alto"
Uma Necessidade Universal: A frase central "a nova vida vinda do alto - a necessidade de todos" estabelece um princípio fundamental do ensinamento de Jesus. Não se trata de uma necessidade específica para um grupo, mas sim para toda a humanidade, independentemente de sua posição social, religiosa ou étnica. Essa "nova vida" implica uma transformação radical, uma mudança de natureza e de perspectiva que só pode ser originada por uma intervenção divina ("vinda do alto"). Nicodemos e sua Resistência Inicial: A menção de que "aparentemente Nicodemos tinha se esquivado de identificar-se com o batismo de João" sugere uma possível relutância em se associar a um movimento que era visto por muitos líderes religiosos como subversivo ou menosprezado. Sua posição como "um dos homens ricos de Jerusalém" e o fato de Jesus se dirigir a ele como "mestre" indicam seu status social e intelectual elevado dentro da sociedade judaica. A expectativa de Nicodemos era de "conversar acerca de sistemas filosóficos" que revela uma abordagem intelectual e talvez superficial às questões espirituais. Ele buscava um debate racional, enquanto Jesus focava em uma necessidade existencial mais profunda. "Mas o Mestre sabia que ele precisava mais; sua alma precisava passar pela experiência de uma vida mais ampla e mais plena." Jesus tinha uma percepção mais profunda sobre a verdadeira carência de Nicodemos. Apesar de sua riqueza e conhecimento, faltava-lhe algo essencial; uma vida transformada e plena em Deus.
Essa "vida mais ampla e mais plena" é o resultado do "nascer de novo". A explicação de que "a expressão nascer de novo era sempre usada pelos judeus em relação aos gentios" é crucial para entender a reação de Nicodemos. Para um judeu como ele, com sua identidade religiosa estabelecida, a idéia de precisar passar pela mesma transformação que os gentios (considerados "impuros" ou "de fora da aliança") eram chocante e potencialmente humilhantes. O batismo de João, embora dentro do contexto judaico, representava um chamado ao arrependimento e à preparação para a vinda do Messias, algo que Nicodemos aparentemente não havia abraçado plenamente. A exigência de "passar pela mesma transformação que os judeus exigiam dos gentios, para que pudessem entrar na comunidade judaica" revela a barreira cultural e religiosa que o conceito de "nascer de novo" representava para Nicodemos. Ele precisava reconhecer sua necessidade de uma mudança fundamental, assim como os gentios precisavam se converter ao judaísmo. Essa passagem é fundamental para entender a mensagem de Jesus sobre a salvação e a natureza da verdadeira fé, que não se baseia em títulos, tradições ou conhecimento intelectual, mas em uma transformação radical do coração e da vida através do poder de Deus.
2. O NOVO NASCIMENTO COMO CONDIÇÃO PARA ENTRAR NO REINO DE DEUS.
João 3.5 – Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. João 3.6 – O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito, João 3.7 – Não te maravilhes de ter dito: Necessário vos é nascer de novo. João 3.8 – O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. João 3.9 – Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso?
Jesus fala a Nicodemos sobre a necessidade de nascer de novo - mas o que Ele quis dizer com "nascer da água e do Espírito"? Alguns dizem que é o batismo com água, outros que é a palavra, como também há outras nesse sentido. Porém a interpretação mais inteligível é a que envolve os dois nascimentos, ou seja, o nascimento biológico e o nascimento espiritual.
O que Jesus diz do “nascer da água” pode não ser o batismo, já que ele não é indispensável para a salvação — Essa interpretação é teologicamente sólida, especialmente dentro de uma compreensão evangélica e bíblica da graça.
O que se entende é que "nascer da água" se refira ao nascimento físico, ligado ao líquido amniótico (a "bolsa de água"), e "nascer do Espírito" ao nascimento espiritual, ou seja, conversão, regeneração espiritual.
E vale lembrar: Jesus não falou diretamente sobre o batismo aqui. Ele falou sobre um nascimento do alto, que transforma a pessoa. Tentar amarrar isso exclusivamente a um rito visível como o batismo pode ser limitar a profundidade espiritual do que Ele estava dizendo.
Jesus está falando de dois nascimentos distintos:
"Água" = nascimento natural (físico)
"Espírito" = nascimento espiritual (obra de Deus na conversão)
Isso é reforçado por João 3:6: "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito."
Apoio bíblico ao novo nascimento espiritual
- 2 Coríntios 5:17 - "Se alguém está em Cristo, nova criatura é..." - Tito 3:5 - "...pela lavagem da regeneração e renovação do Espírito Santo" - 1 Pedro 1:23 - "...renascidos... pela Palavra de Deus..."
Esses textos confirmam que a regeneração é feita pelo Espírito Santo, não por um ritual externo.
3. E o batismo?
O batismo é importante e ordenado por Jesus (Mateus 28:19), mas não é a causa da salvação.
Exemplo: Se o batismo nas águas fosse absolutamente necessário para a salvação, então estaríamos diante de um problema para casos como: Pessoas que se convertem genuinamente no leito de morte, mas não têm tempo de se batizar; Crentes perseguidos que não conseguem se batizar por circunstâncias externas; O ladrão na cruz, que foi salvo por Jesus sem passar por batismo algum. Jesus disse a ele: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lucas 23:43)
Esse exemplo sempre é citado como prova de que a salvação não depende exclusivamente do batismo nas águas, mas sim da fé genuína e do arrependimento verdadeiro. Na realidade o batismo nas águas é uma representação do que aconteceu no momento da conversão quanto ocorre o batismo espiritual. Nesse caso venham a falecer sem o batismo nas águas não vai implicar na sua salvação eterna. Portanto quem defende que nascer da água é o batismo nas águas está equivocado na sua linha de pensamento.
A salvação é pela graça, por meio da fé (Efésios 2:8-9).4. Aplicações práticas
- O Espírito gera vida nova: mente transformada, coração novo
- A fé verdadeira produz arrependimento, nova vida e frutos
Jesus ensinou que para entrar no Reino de Deus, precisamos de um nascimento espiritual.
"Nascer da água e do Espírito" pode ser entendido como:
- Nascimento natural (água)
- Nascimento espiritual (Espírito)
A vida eterna não vem por rituais, mas por uma transformação real feita pelo Espírito Santo.
3. O AMOR VOLUNTÁRIO DE CRISTO E A ESCOLHA DE CADA CORAÇÃO.
João 3.16 – Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
1. Cristo se entregou voluntariamente
“Pela alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz” (Hb 12.2)
Jesus não foi forçado — Ele escolheu a cruz por amor.
Sua obediência foi plena e cheia de alegria: "Eis aqui venho... de boa vontade" (Sl 40.7-8).
Ele se ofereceu como oferta pelo pecado, cumprindo a vontade do Pai com prazer.
2. A Redenção nasce do Amor de Deus
“Porque Deus amou o mundo...” (Jo 3.16)
O plano da salvação não começa na cruz, mas no coração amoroso do Pai.
João 3.16 revela isso através de pares profundos:
Deus e Filho – O Pai entrega o que tem de mais precioso.
Amou e deu – Amor que se prova por doação.
Mundo e todo – Ninguém está excluído.
Crê e tenha – A fé é a resposta que ativa a promessa.
Não pereça e tenha vida – Um contraste eterno entre perdição e salvação.
3. O julgamento já está em andamento
“Quem não crê já está condenado...” (Jo 3.18)
A condenação não será apenas futura — ela já começou para quem rejeita a luz.
O juízo se revela na resposta à revelação: o que a pessoa faz com a luz que já recebeu?
4. A luz revela e confronta
“A luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas...” (Jo 3.19-20)
Os maus evitam a luz como alguém com os olhos inflamados evita o sol.
A luz de Cristo revela o estado do coração — e alguns preferem fugir da verdade.
5. O coração sincero é atraído a Cristo
“Quem pratica a verdade vem para a luz...” (Jo 3.21)
Nenhum coração sincero teme a Cristo.
Quem se aproxima dEle descobre que foi atraído pelo Pai (Jo 6.44).
Mesmo sem entender tudo, a alma é guiada por Deus até a salvação.
Conclusão:
Cristo se entregou por amor e com alegria.
A salvação está disponível para todos, mas exige uma resposta pessoal à luz.
O julgamento está ligado à rejeição da verdade que já foi revelada.
Quem se aproxima da luz, mesmo em meio à dor, descobre que foi Deus quem o trouxe.
Pastor Adilson Guilhermel
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